Santa Maria

O dia seguinte de João Carlos Maciel após a cassação

Marcelo Martins

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 Como se nada tivesse acontecido. Assim era João Carlos Maciel (PMDB), na manhã de sexta-feira, durante a ancoragem do programa que leva o seu nome na Rádio Medianeira. No dia seguinte à perda do seu mandato, Maciel – que foi cassado pelos colegas, durante sessão da última quinta-feira – estava efusivo, quase que eufórico durante as mais de quatro horas em que apresentou o programa.

Vereador de Santa Maria foi indiciado por crime eleitoral

Sem mencionar em qualquer momento o caso de cassação, o radialista deu indiretamente um recado aos 16 colegas que disseram "sim" à perda do seu terceiro mandato.

– Voto por voto, no voto do povo, vamos ver quem ganha – falou ao responder a uma ouvinte, que mostrava-se indignada com a cassação dele.

Maciel disse que "nunca existiu divisão de salário"

Em entrevista ao "Diário" (leia abaixo), Maciel adiantou que deixará o PMDB. Ele sustenta que o partido o traiu e mais: ceifou qualquer oportunidade de ser uma liderança expressiva.

Para 2016, ele buscará militar em uma sigla, mas "sem pleitear qualquer cargo eletivo". Até porque mesmo se ele quisesse concorrer na próxima eleição, Maciel estaria impedido por ter uma condenação em segunda instância. Ele diz não ter qualquer rancor contra aqueles que votaram pela sua saída do Legislativo, em que ele estava desde 2005, quando estreou na vereança.

"Fui vítima de uma armação", diz João Carlos Maciel

Foi, em 2009, quando ele presidiu a Câmara, que as denúncias de exigência de salários de assessores e de uso de assessores para fins particulares vieram à tona. Essas situações, que tinham sido apreciadas e arquivadas em 2009 pela Câmara, foram, agora, julgadas como quebra de decoro do parlamentar.

– Então, o médico não pode ser médico e o engenheiro não pode ser engenheiro. Todos, então, têm que se desvencilhar de suas atividades para exercer o mandato. É isso? Eu sou radialista e as pessoas sabem que sou uma voz que cobra o poder público. Acho irônica a posição deles (vereadores).

Vereador de Santa Maria é cassado por colegas nesta quinta-feira

O advogado de Maciel, Gustavo Moreira, adianta que buscará reverter o caso na Justiça Estadual. A defesa alega que a atual legislatura não poderia julgar um caso de 2009. Maciel diz que quer voltar à Casa para concluir seu mandato de forma digna.

Dono de um patrimônio eleitoral valioso, ele foi eleito para o terceiro mandato, em 2012, com 5,5 mil votos, Maciel acredita que seus eleitores não se "renderão" aos seus "algozes".

Prece e saída do gabinete

Intercalando músicas religiosas e pedidos de ouvintes, Maciel orou – fez Ave Maria e Pai Nosso – e  disse dormir bem. Os ouvintes revezavam-se, por telefone, para se solidarizar a ele.

Na Câmara, seus assessores retiravam, na manhã de sexta, os pertences de Maciel. Tudo para que o suplente dele, Isaías Romero (PMDB), possa assumir na segunda-feira. Maciel e os cinco assessores seriam exonerados ainda na sexta-feira.

Neste domingo,"

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